quinta-feira, 31 de julho de 2008

Dias incompreendidos

Ela pousou sobre mim aquele olhar irônico e interrogador, seus lábios tremulos denunciavam que queria dizer algo, mas prefiriu calar-se, ou então não tinhas forças para falar. Esperava apenas por alguma resposta por toda aquela confusão. Eu não queria responder a nada.

Ele circulava pela sala, por vezes olhava para mim. Seus passos era leves, por vezes pesados, alguns apressados, outras vezes indicavam o seu estado reflexivo.

Toda aquela agitação e olhares estupefatos me incomodava. Eu continuava ali, deitado no sofá, com os braços cruzados, olhando para o vazio de uma casa, esperando apenas alguma sentença, que por via considerava exagerada. Pois o que aconteceu foi nada demais, algo absolutamente normal. Não entendo porque as pessoas apenas se importam com o que está nas fronteiras de sua família. Pois o que aconteceu neste lar, já ocorreu em vários outros, e ninguém tratou isso com tanta pertubação.

Ele saiu da sala, mas logo voltou, trouxe até a sala, rastejando, uma cadeira de cozinha. Colocou-a em frente ao sofá, sentou-se nela e passou a olhar para mim.
Ela soltava lágrimas.
Sentiria o quê nesse momento? O fundo dos seus olhos diziam haver ali amor, medo e desespero.
Cada respiração presente naquela sala era distinta. Uma calma e serena, outra ansiosa, e por fim a da mulher, que sempre vinha acompanhada por soluços e suspiros.

_ O que espera da vida? Me diz? - Dizia o homem, com os olhos fechados como se estivesse imaginando a resposta - Esqueceu de sua família? Esqueceu que existe responsabilidades?

_ Esquecer? Impossivel esquecer, é o que tento sempre, mas não consigo, se tivesse esquecido nada disso teria acontecido, pois o que fiz foi apenas para esquecer tudo isso.

Ela sentou-se na cabeçeira do sofá, um gesto dela me colocou sobre arrepios, sua mão pousava sobre o meu rosto, e murmurava palavras.

_ E agora meu filho? E agora?
_ E agora mãe, que continuaremos com a vida normal, afinal o que mudou? Nada mudou.
_ Mudou sim, você que é tonto e não percebe, você é doente?
_ Não mudou nada. - Insistia eu.

Ele se agitou, colocou as mãos sobre a cabeça, soltou gemidos de fúria e desespero. Depois desceu da cadeira e ajoelhou-se em minha frente, mas dizia palavras que não se referiam a mim, ele pedia algo, pedia a Deus. Não entendo, não compreendo, porque olhar para cima, onde só existia o teto, Deus? Não compreendo, não compreendo.

Não compreendo tudo isso, toda essa vida e esse mundo. Não compreendo as pessoas, que por muitas vezes não conseguem compreender nada.
Parecem surdas, mudas, cegas e sem tato, parecem que vivem por um proposito menor, sem destinção do que é real ou não.
Tento e quero esquecer tudo isso. Acho que somos uma geração onde tudo se desenvolveu rapidamente, de uma forma que nem nossos pais conhecem as respostas, portanto os filhos passam a viver perdidos, desde o momento que aprenderam a pensar e questionar.

_ Não tenho respostas pai, não tenho, e acredito que Deus também não tenha.

O silencio brotou ali, naquela sala. Todos olharam para mim, mas sem aquela ironia. Todos compreendiam, pois ali, todos são almas perdidas em uma vida perdida de um tempo perdido.

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Devaneios insaciáveis de uma mente sem fim --- Assiris

Esse post teve problemas com a fonte, comente no post acima, q é o mesmo...

Ela pousou sobre mim aquele olhar irônico e interrogador, seus lábios tremulos denunciavam que queria dizer algo, mas prefiriu calar-se, ou então não tinhas forças para falar. Esperava apenas por alguma resposta por toda aquela confusão. Eu não queria responder a nada.

Ele circulava pela sala, por vezes olhava para mim. Seus passos era leves, por vezes pesados, alguns apressados, outras vezes indicavam o seu estado reflexivo.

Toda aquela agitação e olhares estupefatos me incomodava. Eu continuava ali, deitado no sofá, com os braços cruzados, olhando para o vazio de uma casa, esperando apenas alguma sentença, que por via considerava exagerada. Pois o que aconteceu foi nada demais, algo absolutamente normal. Não entendo porque as pessoas apenas se importam com o que está nas fronteiras de sua família. Pois o que aconteceu neste lar, já ocorreu em vários outros, e ninguém tratou isso com tanta pertubação.

Ele saiu da sala, mas logo voltou, trouxe até a sala, rastejando, uma cadeira de cozinha. Colocou-a em frente ao sofá, sentou-se nela e passou a olhar para mim.
Ela soltava lágrimas.
Sentiria o quê nesse momento? O fundo dos seus olhos diziam haver ali amor, medo e desespero.
Cada respiração presente naquela sala era distinta. Uma calma e serena, outra ansiosa, e por fim a da mulher, que sempre vinha acompanhada por soluços e suspiros.

_ O que espera da vida? Me diz? - Dizia o homem, com os olhos fechados como se estivesse imaginando a resposta - Esqueceu de sua família? Esqueceu que existe responsabilidades?

_ Esquecer? Impossivel esquecer, é o que tento sempre, mas não consigo, se tivesse esquecido nada disso teria acontecido, pois o que fiz foi apenas para esquecer tudo isso.

Ela sentou-se na cabeçeira do sofá, um gesto dela me colocou sobre arrepios, sua mão pousava sobre o meu rosto, e murmurava palavras.

_ E agora meu filho? E agora?
_ E agora mãe, que continuaremos com a vida normal, afinal o que mudou? Nada mudou.
_ Mudou sim, você que é tonto e não percebe, você é doente?
_ Não mudou nada. - Insistia eu.

Ele se agitou, colocou as mãos sobre a cabeça, soltou gemidos de fúria e desespero. Depois desceu da cadeira e ajoelhou-se em minha frente, mas dizia palavras que não se referiam a mim, ele pedia algo, pedia a Deus. Não entendo, não compreendo, porque olhar para cima, onde só existia o teto, Deus? Não compreendo, não compreendo.

Não compreendo tudo isso, toda essa vida e esse mundo. Não compreendo as pessoas, que por muitas vezes não conseguem compreender nada.
Parecem surdas, mudas, cegas e sem tato, parecem que vivem por um proposito menor, sem destinção do que é real ou não.
Tento e quero esquecer tudo isso. Acho que somos uma geração onde tudo se desenvolveu rapidamente, de uma forma que nem nossos pais conhecem as respostas, portanto os filhos passam a viver perdidos, desde o momento que aprenderam a pensar e questionar.

_ Não tenho respostas pai, não tenho, e acredito que Deus também não tenha.

O silencio brotou ali, naquela sala. Todos olharam para mim, mas sem aquela ironia. Todos compreendiam, pois ali, todos são almas perdidas em uma vida perdida de um tempo perdido.

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Devaneios insaciáveis de uma mente sem fim --- Assiris
 
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