quarta-feira, 23 de julho de 2008

Teto de Vidro

Esta é a sua vida.
Você acorda tarde.
Você acorda cansado.
Você acorda com tédio.

Você acorda, olha para o teto, o mesmo teto de sempre, mas isso não te interessa, o que importa se é o mesmo teto de sempre? Dizem que o modo como vemos as coisas, é o modo como vemos a nossa vida.

Nesse caso é, você olha para o teto, e nele reflete-se a vida, você julga o teto, você julga a sua vida.A sua mesma vida de sempre.Então finalmente você acorda, é preciso acordar várias vezes para perceber a realidade.
É preciso acordar.

Você sente a sensação de enxergar por fora? A visão é a mesma, mas a sensação é diferente, parece que se enxerga por uma tela, você é o espectador de sua própria vida, um observador assíduo dela, mas, um participante distante, sua vida é regida por acontecimentos externos, você não é o juiz e sim a bola de futebol.Pois bem, esta é a sua vida, abra os olhos, pode parecer besteira, mas eles estão fechados.

Em algum ponto de sua vida, em algum ponto de sua infância, a vida transformou-se em um sonho, um sonho lúcido, mas ainda um sonho, algo diferente da realidade. Em que todos os acontecimentos foram desencadeados como uma pedra lançada por um desfiladeiro, totalmente sem controle.
Você conseguiu controlar?
Você conseguiu parar?
Será que essa pedra parou de rolar?
Consegue responder?
Esta é a sua vida.

Raios de luz tentam encontrar o seu rosto, a janela do quarto impede, uma janela de vidro azul-marinho encoberta de fita isolante. A fita parece ser antiga, nela encontram-se sinais de luta, alguém tentou arrancá-la, puxou-a com muita força, mas não com força suficiente para arrancá-la, ela continua lá com a sua função, impedir a luz de encontrar o seu rosto em todas as manhãs.
A luz impedia que você acordasse lentamente, ela ofuscava seus olhos o obrigando a ação, não é isso que você quer, você apenas quer pensar, acordar lentamente para um sonho, um sonho lúcido, embora pareça besteira mas você deseja sonhar, você deseja acordar, você vive em um conflito do qual não percebe, sonhar ou acordar, viver assim ou viver assim.

Abra os olhos...


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Obs.: Post de meu antigo blog
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Devaneios insaciáveis de uma mente sem fim --- Assiris

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Um suspiro para a felicidade

Ainda o sol não raiara. Ainda os galos não cantara. Deveria estar dormindo, mas o transe não deixara. Meu coração palpitava como uma balada flamenca. Estava inerte em corpo mas em guerra na mente.

Tive um sonho bom.

É tão excitante. Este momento está a rasgar-me as entranhas. Preciso gritar, rir e chorar. Preciso abraçar todas as pessoas ao meu redor. Quero amar a todos nesse momento, e somente neste momento, pois sei que os todos os momentos tem o seu final e que tudo se esvai.

Lágrimas de alegria. Ansiedade descontrolada. Tive um sonho bom.
Meus desejos secretos e sublimes pareciam simples objetivos. Viver está a parecer fácil. O sonho bom estar a confundir-se com a realidade. Eu apenas deixo as coisas acontecerem, como uma pena em pleno ar. É maravilhoso acreditar que tudo é um sonho.

Você aprende a voar
Você aprende a respirar
Tudo está tão simples não acha?

Eu sei, eu sei que a vida não é um sonho.
Eu sei que existe alguém agora, dormindo sobre pedrinhas ao chão, predinhas que arranham, incomodam.
Eu sei que centenas de mosquistos matam a sua fome através daqueles que sentem fome, devorando seu sangue pobre, mas humano.
Eu sei que o único luxo dos miseraveis, é não terem um espelho para se olharem ao acordarem. Pois a vaidade torna-se um grande carrasco para aqueles que não tem onde morar.
Eu sei, eu sei... Mas quero que você saiba que eu tive um sonho! Um sonho bom! Vocês precisavam terem vistos o como é belo o sorriso de um sofredor. Sorriso de miseraveis.

Quando um sorriso brota de um rosto onde reina a dor, o mundo se torna mais feliz, embora as pessoas não percebam, mas eu vi, pois eu sonhei com isso.


Saiba que eu tive um sonho bom!
Se eu tentasse, poderia voar, eu sei que poderia. Eu deveria ter tentado. Porque eu não tentei? Poderia ter seguido rumo ao céu, ultrapassando as nuvens, as estrelas, em direção ao lugar mais distante da humanidade, ao reino de Deus. E quando o visse, pediria, imploraria, me humilhara, faria tudo para que quando eu acordasse e caminhasse pelas ruas, poderia olhar e chorar de alegria por todos os sorrisos de miseraveis.

Ah! Porque eu não tentei subir aos céus!
Eu tive um sonho bom! Um sonho bom!

Mas a luz da razão veio até mim guiada pela luz do sol ao resplandecer em meus olhos.
Eu tinha que acordar, trabalhar, e talvez, viver.

domingo, 20 de julho de 2008

Entre o belo e o sublime

A beleza do sublime está no mistério de um algo a mais.
Eu procuro em tudo um algo a mais.
Eu vivo uma busca pelo sublime.

Nós, a atual geração de humanos, vivemos em uma época marcada pela cópia.
A vida tornou-se difícil, até mesmo insuportável, então as pessoas buscam cada vez mais desesperadamente pela fórmula certa de viver. Encontram em seus idolos, uma imagem de vida, e copiam. Mesmo assim, não se sentem felizes: a felicidade é original em cada individuo.

Onde posso encontrar o sublime em uma era de imitações? Onde as pessoas são completamente iguais? Onde o algo a mais pode ser visto como algo imoral, fora de moda. Minha busca procura por uma raridade. A originalidade de cada ser. Agora ela não é mais vizivel, está escondida nas milhares de máscaras da alma humana.

Minha querida sociedade da moral, a caçadora de belezas: A vida está muito além do que é belo.
O belo é só a face. A sociedade caminha para o fracasso psicologico, buscando a beleza.
O sublime é o conteúdo.

Minha querida sociedade da aparência: Como será o nosso futuro? Como será?
Pensem na evolução humana, o que estamos desenvolvendo nos últimos anos?
A capacidade de copiar os outros seres da nossa espécie?
É isso que percebo.

A pirataria humana.
Que poético.

Que coisa.

Assusta néh?








Assusta nada.
As pessoas costumam detestar este tipo de tópico.
O negócio é blog de paparazzo!


Pelo menos comente!


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